quarta-feira, 27 de março de 2013

Palestras e Mensagens: Nº 5 - Deus exige justiça e não sacrifícios



O profeta Amós

Amós, originário de Tecoa, que ficava a 10 km ao sul de Belém e a 18 km de Jerusalém. Não era um homem da corte, como Isaías, nem sacerdote, como Jeremias. Cuidava do rebanho e das figueiras bravas. Não se sabe se era dono ou empregado. Tinha perícia com as palavras e conhecimento amplo. Embora morasse em Judá, foi enviado para proclamar o juízo divino contra o Reino do Norte (Israel).
Amós profetizou nos reinados de Uzias (sobre Judá, 792-740 a.C.) e de Jeroboão II (sobre Israel, 793-7530). Os dois reinos estavam desfrutando de grande prosperidade e tinham alcançado novas alturas políticas e militares (cf. 2Rs 14:23-15:7; 2Cr 26). Era também um período de idolatria, de vida excessivamente regalada no dispêndio, na imoralidade, na corrupção dos processos jurídicos e na opressão dos pobres.

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Mensagem contra a perversão da fé de Israel
Lamento pelo Castigo do Povo
O Dia do SENHOR
Amós 5:21-27
  • “Eu odeio e desprezo as suas festas religiosas; não suporto as suas assembleias solenes.
  • Mesmo que vocês me tragam holocaustos e ofertas de cereal, isso não me agradará. Mesmo que me tragam as melhores ofertas de comunhão, não darei a menor atenção a elas.
  • Afastem de mim o som das suas canções e a música das suas liras.
  • Em vez disso, corra a retidão como um rio, a justiça como um ribeiro perene!”
  • “Foi a mim que vocês trouxeram sacrifícios e ofertas durante os quarenta anos no deserto, Ó nação de Israel?
  • Não! Vocês carregaram o seu rei Sicute, e Quium, imagens dos deuses astrais, que vocês fizeram para si mesmos.
  • Por isso eu os mandarei para o exílio, para além de Damasco, diz o SENHOR; Deus dos Exércitos é o seu nome. (NVI)
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Os apóstatas se utilizam dessa passagem bíblica para defender seu argumento de que Deus nunca precisou e não depende de sacrifícios, nem de adoração, seja através de canções de louvor ou de reuniões para se buscar Sua presença, e que não precisamos congregar ou festejar em nome de Deus.
Isto não é verdade! É interpretação do Diabo!
A verdade é que Deus não recebe nada disso de nós, se não entregarmos junto o nosso coração.
''Ó Deus, o meu sacrifício é um espírito humilde; tu não rejeitarás um coração humilde e arrependido.'' (Salmos 51:17)
5:21-23 Esses três versículos resumem e rejeitam a prática de fé de Israel, como estava sendo conduzida naqueles dias. As instituições não eram erradas em si; o erro estava nos adoradores e nas atitudes para com o culto. O povo não tinha base para comparecer diante de Deus, porque sua conduta refletia desobediência à lei.

5:21-24 Uma vez mais e em linguagem particularmente dura, Amós condena as cerimônias e festas religiosas que os israelitas celebravam com tanto zelo e ostentação. Todas essas práticas carecem de valor se aqueles que as realizam se esquecem do mais importante: a justiça e a honradez nos relacionamentos com o próximo (v. 24). Ver Am 4.4-5, n. Cf. também 1Sm 15.22; Pv 21.3; Jr 7.22-23; Os 6.6; Mq 6.6-8.
5:25 O relacionamento certo entre Israel e o Senhor nunca se estabelecera exclusivamente pelos sacrifícios. Acima de tudo, baseava-se na obediência.
5:26 A linguagem desse versículo fala da idolatria dos israelitas.
5:27 Esse é o castigo máximo – exílio da terra dada por Deus em lugares remotos, no estrangeiro.

5:25-27 Citado em At 7.42-43 com algumas variantes nos nomes dos deuses.

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5.21-22 (Isaías 1.11-14).

·         O SENHOR diz: “Eu não quero todos esses sacrifícios que vocês me oferecem. Estou farto de
bodes e de animais gordos queimados no altar; estou enjoado do sangue de touros novos, não quero mais carneiros nem cabritos.
·         Quando vocês vêm até a minha presença, quem foi que pediu todo esse corre-corre nos pátios do meu Templo?
·         Não adianta nada me trazerem ofertas; eu odeio o incenso que vocês queimam. Não suporto as Festas da Lua Nova, os sábados e as outras festas religiosas, pois os pecados de vocês estragam tudo isso.
·         As Festas da Lua Nova e os outros dias santos me enchem de nojo; já estou cansado de suportá-los. (NTLH)

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Israel, na época, sentia-se politicamente seguro e espiritualmente satisfeito consigo mesmo.. A nação sentia-se confiante, portanto de merecer o favor de Deus. No entanto, a prosperidade aumentou a corrupção religiosa e moral de Israel. Foram esquecidos os castigos que no passado Deus aplicara à nação infiel, e a paciência do Senhor estava chegando ao fim – por isso enviou Amós para avisar desse fato.
No texto, assim como em todo o livro, se exige a justiça social como manifestação indispensável da verdadeira piedade. Amós era porta-voz rigoroso da justiça e da retidão exigidas por Deus.  Amós declarava que deus estava para condenar seu povo infiel e desobediente que violava a aliança. Os santuários de Betel e outros locais de culto eram muitas vezes paganizados, e Israel tinha um conceito mundano do próprio ritual que o Senhor mesmo determinara. Achava que Deus na da exigia além do cumprimento dos rituais e, uma vez realizados, o povo podia fazer o que bem entendesse – conceito essencialmente pagão. Sem compromisso de obediência para com a lei de Deus, não tinham nenhuma base para os padrões de conduta. Amós condena todos os que se tornam poderosos ou ricos à custa dos outros. Os que tinham conquistado bens , defraudando, pervertendo a justiça e esmagando os pobres, perderiam tudo o que possuíam.
O castigo iminente que Deus estava para aplicar a Israel não seria mero golpe punitivo a título de advertência (como muitas vezes ocorrera no passado), mas, sim, uma destruição quase total. O povo escolhido de deus estava para sofrer graves consequências por sua desobediência. Mesmo assim, se houvesse arrependimento, haveria esperança da misericórdia de Deus. Na realidade, Deus reservava um futuro glorioso para o seu povo, depois do juízo que estava por vir. O Deus de Israel, o Senhor da história, não abandonaria seu povo escolhido, nem o projeto da redenção por ela traçado.
Deus é mais do que o Deus de Israel somente, e usa uma nação contra a outra para levar a efeito seus propósitos. É o grande Rei que governa o universo. Como é Soberano, detém nas mãos a história e o destino de todos os povos. Israel precisa saber que Deus é o Senhor de seu futuro e que é Senhor sobre tudo, e tem propósitos que ultrapassam as fronteiras de Israel. A nação eleita tem participação incomparável, mas não exclusiva , nos planos de Deus. A nação precisava lembrar que Deus assumiu compromissos segundo a aliança com Israel, mas que também tinha obrigações que assumiu diante do Senhor.

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Esboço de Leandro Maia Gonçalves
26 de março de 2013

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